A idéia de realizar listas do estilo “os melhores livros para se ler no parque” ou “melhores músicas de rock alternativo tailandês”, sempre me remete ao livro de Nick Hornby, Alta Fidelidade (mais tarde adaptado para o cinema, em filme homônimo, por Stephen Frears, tendo John Cusack no elenco). Para quem não conhece, o protagonista possuía o hábito de confeccionar listas sobre música, sempre listando as Top Five para alguma coisa, como, por exemplo, as cinco melhores músicas para ouvir depois da bebedeira (para ser recatado).
Na verdade, fazer listas sempre pareceu, ao meu espírito classificatório, um tarefa interessante. Tanto que, desde os 12 anos, anoto rigorosamente todos os livros cuja leitura conclui. Rotular, classificar e avaliar a qualidade de algo que é, ao menos em teoria, absolutamente subjetivo, sempre foi, para mim, um exercício complexo e rico. Não pelo resultado em si, a lista pronta, mas pelo processo de descoberta que sua confecção leva.
Apesar disso, a idéia de realizar a uma lista sobre os games mais legais que já joguei surgiu recentemente. Sempre imaginei listinhas sobre livros, discos e coisas afins, nunca sobre jogos eletrônicos, assunto influência decisiva em minha vida. Estranho, pois aprendi a jogar antes de ler ou de gostar de música. Certamente, para minha geração, que cresceu com a primeira geração de jogos eletrônicos e viu o apogeu das eras de 8 e 16 bits ainda antes dos quinze anos, os jogos eletrônicos são tão presentes quanto qualquer outra forma de influência cultural.
Decidido a fazer a lista, busquei mais calmamente seus métodos de classificação. Não poderia ser uma lista dos “melhores” jogos, pois, certamente, a falta de um critério absoluto impediria de colocar este ou qualquer jogo em um pedestal. Da mesma forma, não poderia eleger os jogos mais “divertidos”, pois, creio que alguns games são muito interessantes por algum tempo, mas caem rapidamente em esquecimento, vítimas de sua própria modernidade (seria “Braid” um desses casos?).
Portanto, determinei os jogos que tiveram mais influência em minha experiência gamer. Dentro deste conceito vago de “influência”, englobei a diversão associada ao título, a perenidade de meu interesse em jogar-lo e a revolução que ele trouxe em minha percepção gamer, ou seja, o enriquecimento que o jogo trouxe ao meu universo de jogador. Os títulos aqui listados sempre abriram a possibilidade para que eu jogasse outros jogos e isso, por si só, já é um de seus méritos.
Logicamente, esta lista é extremamente pessoal e reflete minha experiência como jogador. Claro que os títulos aqui listados são conhecidos da maioria. Todavia, o leitor pode, por exemplo, ter chegado “atrasado” em algum dos jogos e, após já ter jogado um título mais modernos, considerar minhas escolhas obsoletas. Certamente, o ineditismo do jogo teve um caráter fundamental na minha decisão de cada um dos “premiados” desta lista e acabou, assim, excluindo jogos mais modernos e, talvez até, melhores.
Indo ao que interessa, o próximo post traz o primeiro de meus eleitos. Vou listá-los em ordem cronológica e não de preferência. Seria possível usar este último critério.
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